segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Windows 10 é banido em 'tracker' de BitTorrent por envio de dados à Microsoft

Temores ligados à quantidade de informação que é enviada pelo Windows 10 para computadores da Microsoft levaram o rastreador (tracker) de BitTorrent iTS, que distribui filmes ilegalmente, a impedir usuários do novo sistema de acessarem a página, temendo que o Windows envie informações à Microsoft capazes de identificar os membros do site ou interferir com o serviço.
O bloqueio no rastreador iTS teria começado no início da semana passada, no dia 17 de agosto, mas virou notícia neste fim de semana com uma reportagem do site "Torrentfreak". O "Torrentfreak" informa que outros sites de "torrents", como o FSC, estão considerando fazer o mesmo.
Os operadores do site ficaram receosos com reportagens que apontam mudanças nos termos de serviço da Microsoft e que afirmam que a empresa pode adotar medidas para impedir que o sistema rode programas e jogos piratas. Reportagens também expuseram o envio de dados da Microsoft para a empresa MarkMonitor, que as "propriedades on-line" de diversas marcas, atuando contra sites falsos.
Os piratas temem que a Microsoft envie informações sobre arquivos baixados ou sites visitados à MarkMonitor, que tem ligação com empresas que atuam na área antipirataria. Como a busca do "menu iniciar", para arquivos locais, é integrada a uma busca on-line, o usuário que procurar por um filme baixado ilegalmente em seu próprio computador estaria comunicando a existência desse arquivo para a Microsoft.
O "Torrentfreak", que não defende as práticas da Microsoft, considerou assim mesmo que os sites estão sendo "paranoicos". Algumas questões nem são novas: a Microsoft já trabalha com a MarkMonitor para prevenir fraudes, por exemplo. O site também condenou a atuação dos sites que, segundo o texto, deveriam "educar os usuários" sobre como configurar o sistema em vez de proibir seu uso.
Outra questão ignorada pelos sites é que os termos da Microsoft que cobrem a desativação de software e hardware ilegal dos computadores não valem apenas para o Windows 10, mas para qualquer pessoa que use programas ou serviços da Microsoft, como o Skype e o Xbox Live.
A coluna Segurança Digital já criou um guia das configurações de privacidade do Windows 10.
Windows 10 remove recurso antipirataria e jogos deixam de funcionar
A colaboração da Microsoft com medidas antipirataria não é nova. O Windows incluiu durante muitos anos um programa chamado SafeDisc da Macrovision a fim de impedir o uso de cópias ilícitas de CDs de jogos e programas. Por conta de uma vulnerabilidade no SafeDisc embutido no Windows, a Microsoft teve de lançar uma atualização em 2007.

Curiosamente, o Windows 10 removeu o SafeDisc por razões de segurança. Na terça-feira passada (18), um representante da Microsoft informou ao site "Ars Techcnica" que jogos que dependem da tecnologia SafeDisc não funcionariam no Windows 10 sem um "patch no-CD". Um "patch no-CD" é um programa que faz jogos funcionarem mesmo sem o CD presente no drive, burlando a proteção anticópia, e é frequentemente usado por piratas, que chamam o programa de "crack".
Diversos usuários estão reclamando em um fórum da Microsoft (veja aqui, em inglês) que jogos antigos que dependem do SafeDisc e do SecuROM não mais funcionam no Windows 10, embora funcionassem no Windows 8.1.
Ainda que Windows 10 não tenha mais o SafeDisc, tanto o Windows 10 como o Windows 8 incluem novos mecanismos antipirataria para programas baixados na Loja do Windows, por exemplo. A alteração nos termos da Microsoft dá liberdade para que a empresa desative programas baixados ilegalmente e não vale apenas para o sistema, mas para todos que usam esses serviços da Microsoft.
Fonte: g1.com 
Imagem: Configurando o Windows 10 para não enviar buscas locais à Microsoft. (Foto: Reprodução)

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